14.3.10

Crítica: "O Grande Deus Pã", de Arthur Machen

Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 176
Editor: Saída de Emergência
ISBN: 9789896370084

Sinopse: Arthur Machen é famoso pelos seus contos do sobrenatural e horror. O seu sucesso foi alcançado em 1890 e tornou-se um dos escritores mais influentes do seu género no início do século XX. Ainda hoje a sua influência se reflecte nos mais variados ramos, da literatura à pintura, da música ao cinema (como em Labirinto del Fauno de Guillermo del Toro, inspirado no O Grande Deus Pã).
Os seus temas abordam frequentemente as implicações psicológicas do sobrenatural e o mundo metafísico. O seu imaginário vagueia frequentemente pelo gótico e o fantástico. O seu interesse pela religião, paganismo, oculto, alquimia, e kaballa, reflecte-se um pouco por toda a sua obra.Aclamado pelos maiores nomes do seu tempo: T.S. Eliot, Bernard Shaw, Algernon Blackwood, Bram Stoker, Arthur Conan Doyle, W.B. Yeats, Oscar Wilde, e mais tarde Jorge Luis Borges que o reconheceu como um escritor genial e através dele influenciou o realismo mágico.

Sobre o autor: Arthur Machen (3 de março de 1863 - 30 de março de 1947) foi um escritor e jornalista galês, famoso pelos seus contos e novelas de terror e fantasia, além de ter sido actor durante um certo tempo. 
______________________________
Opinião: Em primeiro lugar queria reforçar uma ideia com que o Sr. Professor José Manuel Lopes, a quem congratulo a excelente tradução, nos confronta: «Não lemos, nem poderemos ler, como se lia na Inglaterra de finais do século XIX» cuja ênfase não poderia ser mais bem descrita já que é um livro a ser lido tendo em conta a altura em que os contos foram escritos. Estamos perante contos/novelas onde a «sexualidade engendra monstros e as experiências científicas se tornam assustadoras», onde o enredo é muito cativante e onde o medo, o suspense e as lendas se encontram numa harmonia que para mim foi perfeita.

Passo, então, a falar dos contos. 

- O Grande Deus Pã: Conto em que Guillermo del Toro se inspirou para realizar aquele que considero um dos meus filmes favoritos de fantasia, demonstrou-se numa história muito diferente, embora tenha vislumbrado a essência de onde o realizador mexicano se inspirou. O conto realmente provoca algum terror psicológico mas o que mais me fascinou foi o conteúdo fantástico que ele nos proporciona. Fala-nos de um Deus da floresta, o Grande Deus Pã mas sobretudo, evoca o terror que este impõe quando se mostra aos humanos. A acção principal começa com uma experiência em que Dr. Raymond procura provar a existência do Grande Deus Pã, recorrendo a uma jovem rapariga. Passados alguns anos, começam a aparecer suicídios muito peliculares de homens que se enforcam com expressões faciais de puro horror. Clarke procura a verdade sobre estes estranhos suicídios e encontra uma verdade estonteante e fascinante! Com um final que me fascinou, este conto, apesar de não ter correspondido às minhas expectativas, foi excelente! 

- A Novela da Chancela Negra: Primeiramente, adorei este conto! Não me despertou tanto "medo" como o outro mas a estória em si é muito interessante e desperta tanta curiosidade! Partindo do início do conto, é-nos praticamente impossível imaginar que Machen iria implementar o elemento fantástico que este nos mostrou. A estória gira à volta de uma antiquíssima chancela negra e coberta de inscrições de uma língua aparentemente muito antiga. O final do conto foi estonteante e mostrou-me uma outra realidade mitológica muito interessante e, como sempre, inesperada. 

- A Luz Mais Interior: Este conto foi algo interessante (envolve autópsias :P ) já que Machen coloca-nos perante um caso demoníaco que nos confirma que quem procura acha!

- O Povo Branco: Este conto está simplesmente suberbo, foi sem dúvida o meu favorito! Arthur Machen começa por nos contar a conversa entre  Cotgrave e Ambrose onde este último nos apresenta uma teoria excepcional sobre o pecado e a santidade, que convenhamos foi uma conversa fantástica e que concordo no seu todo. Já a largas horas da noite, Ambrose fala de um caderno verde de uma rapariga que, mais tarde é-nos apresentado, e neste, é-nos relatada a sua estória. Até onde poderá ir a imaginação de uma criança? Ou será que é a simples realidade? Será, então, mesmo verdade este aterrador registo? Este foi o conto que mais me despertou a curiosidade e que mais me cativou! 

Este é, portanto, um livro que recomendo devido à sua elevada qualidade e à imaginação encantadora de Machen. Advirto que não é uma leitura leve pelo que, por vezes a leitura pode ser quebrada mas não desistam, vale mesmo a pena! - Tatiana

1 comentário:

Bia Carvalho disse...

Olá!
Estou aqui para apresentar meu novo blog especializado em Suspenses Românticos, tanto os de banca quanto os de livraria.

Amor, mistério & Sangue

Espero que goste!

Bjs
Bia