26.10.09

Crítica: "A Prisão", de Jesús Zaráte

Editora: Oficina do Livro
Edição: 2007
Colecção: Ovelha Negra
Páginas: 296
Preço: 17€


Sinopse: Antón Castán está detido há três anos por um único delito: o de não ter cometido nenhum crime. Na cela, vai registando diariamente o quotidiano prisional e dissertando filosófica ou culturalmente sobre a justiça, a liberdade ou a inocência. A chegada à prisão de um novo director, conhecido pela sua crueldade, desencadeia um motim, com consequências imprevisíveis.
Unanimemente considerada uma das grandes obras latino-americanas, A Prisão configura não só uma elegante sátira da instituição prisional ou dos administradores de injustiças, como constitui uma oportunidade para evocar o melhor da escrita de Dostoiévski, Kafka ou Camus.

Sobre o autor: Jesús Zárate nasceu na Colômbia em 1915. Iniciou-se muito cedo no jornalismo, acabando por se dedicar à diplomacia. A sua obra literária abrange peças de teatro, contos, ensaios e dois romances - A Prisão e O Carteiro, ambos editados a título póstumo.
Em 1972 recebeu o Prémio Planeta, atribuído pela primeira vez a título póstumo e a um escritor latino-americano. Aquando da sua publicação, A Prisão vendeu mais de 50 mil exemplares logo na primeira semana.
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Opinião: Este é sem dúvida um dos livros que mais prazer me deram a ler! Adorei especialmente o Mister Alba, com os seus discursos e o seu ar de orador e filósofo! É um livro que nos depara com o dia-a-dia prisional em que até um rato serve de pretexto para conversa...

"... nenhum leitor inteligente, exigente e sensível deixará de amar A Prisão, de Jesus Zárate."
Esta afirmação define muito bem este livro, já que é um livro muito bem escrito, sob a forma de diário, e que revela o dia-a-dia de um presidiário.

Antón Cástan é um homem que fora detido e preso por um crime que não cometera – violação e assassinato de uma rapariga – e durante três anos é obrigado a viver preso. Com os seus amigos de cela, a quem destaco o Mister Alba, viverá momentos difíceis quando um novo director chega à prisão. Após a chegada de vários camponezes à prisão, Antón Castán e os prisediários envolver-se-ão num mutim qu mudará a vida de Antón.

Está super bem escrito e as personagens são fantásticas, especialmente o filósofo, orador e amigo Mister Alba que me fez rir vezes sem conta com as frases e ironias de Vargas Vilga, a quem era muito devoto. O enredo deste livro é contagiante e o humor negro e os pensamentos ora cativantes, ora estranhos dos companheiros de cela tornaram deste livro um dos melhores que li!
Ficam aqui dois excertos que mostram um pouquinho da ironia e das conversas presentes nesta obra:
« - Antón, leu o Código Penal?
Medito um pouco antes de responder. Finalmente digo:
- Sim. Ler códigos é um bom exercício para a mente. Um escritor lia o Código Civil para aperfeiçoar o estilo. Eu leio o Código Penal para o piorar.»

« - Eu prefereria a cadeira eléctrica - diz Mister Alba. - Vivo sob a influência da civilização norte-americana. Gostava que me sentassem na cadeira eléctrica, desde que antes de carregarem no interruptor me permitissem saciar a sede com uma Coca-Cola fresquinha. A cadeira eléctrica é uma forma técnica de matar. Com ela desaparece a barbárie das turturas clássicas.»

Recomendo sem reservas! Considero-o uma verdadeira obra prima!

PS: desculpem lá o comentário curto mas já li este livro há uns mêses e como tal já não me lembro de muitos detalhes...

(Publicado a 6/10/09 n'O Cantinho da Tati)

Crítica: "O Jovem Samurai – A Via do Guerreiro”, de Chris Bradford

Edição: Julho de 2009
Tradução: Artur Lopes Cardoso
Páginas: 284
Editora: QuidNovi
P.V.P.: 13,50€


Sinopse: Agosto de 1611. A embarcação onde viaja Jack Fletcher naufraga junto à costa do Japão – e o seu querido pai e toda a tripulação são massacrados por piratas ninja. Salvo pelo lendário mestre de esgrima Masamoto Takeshi, a única esperança de Jack é tornar-se um guerreiro samurai. E, assim, começa a sua formação... Mas a vida numa escola de samurais é uma luta constante pela sobrevivência. Mesmo com a fiel Akiko do seu lado, Jack é perseguido por brutamontes e tratado como um proscrito. Com coragem no coração e a espada erguida bem alto, poderá Jack mostrar o seu valor e enfrentar o seu mais mortífero rival?


Sobre o autor: Chris Bradford adora voar. Já fez bungee jumping nas cataratas Vitória, atirou-se de um avião algures na Nova Zelândia e sobrevoou de parapente as montanhas de França, mas aterrou sempre com segurança – algo que aprendeu com as artes marciais. Aos sete anos, Chris entrou para uma academia de judo, onde se apaixonou por dar murros no ar, atirar pessoas ao chão e fazer imensas vénias. Desde essa tenra idade, praticou karaté, kickboxing, aprendeu a arte de manejar a espada samurai e conquistou o cinturão negro em Kyo Shin taijutsu, a arte secreta da luta ninja. Antes de começar a escrever a trilogia O Jovem Samurai, Chris era músico profissional e letrista. Chegou a tocar para Sua Majestade a Rainha Isabel II. Mora numa aldeia numa aldeia em South Downs, no Sul de Inglaterra, com a mulher e os dois gatos. É também o vencedor dos prémios «Livro do Ano» dos Fighting Spirit Awards e Prémio da Fundação Sasakawa da Grã-Bertanha, tendo sido também nomeado para os prémios RedHouse Book Awards e CILIP Carnegie Medal.
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A história deste jovem é envolvente e fantástica! Chris Bradford presenteia-nos com uma história sobre um rapaz inglês – Jack – que perde o seu pai e tripulação devido a um massacre por ninjas no Mare Japona. Após o naufrágio do seu navio, é salvo pelo lendário samurai Masamoto Takeshi, que acaba por adoptá-lo. É aos cuidados de Masamoto, que Jack conhece Akiko, a sua fiel amiga na difícil jornada que se desenvolve ao longo do livro.


Este livro mostra-nos a cultura de um samurai de forma extraordinária. Repleta de acção, esta história convida-nos a experimentar o mundo das artes marciais não só a nível físico, como também a despeito espiritual.
Ao decorrer da história, o autor coloca-nos frente-a-frente com o dia-a-dia de um samurai, com os costumes fascinantes do povo japonês, vendo-se por vezes perdido pelo quão diferentes estes costumes são, bem como a importância da amizade e do respeito para com os outros.
O que mais gostei neste livro, foram as aulas de meditação do sensei Yamada pois ensina-nos a procurar o nosso karma através do processo de meditação chamado zazen. Nestas “aulas”, fiquei também a saber o que é uma Boneca Daruma – que não irei revelar, já que perderia o interesse.
A cultura portuguesa também está presente neste livro, embora não tenha gostado da forma como o autor tenha retratado o Frade.


Para os amantes e não amantes da cultura japonesa, este é um livros surpreendente, que faz chorar por ler a última palavra. A cultura samurai irá fascinar-vos tanto que quererão experimentar!
O próximo volume chama-se “O Jovem Samurai – A Via da Espada” e estou ansiosa por ver os progressos deste jovem samurai.


Recomendo! - Tatiana

(Publicado a 22/09/09 n'O Cantinho da Tati)

Crítica: "O Highlander Negro", de Karen Marie Moning


Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 304
Editor: Saída de Emergência
P.V.P.: 18,85 €

Sinopse: Dageus Mackeltar é um herói encantador assim como o seu pior inimigo. No final do anterior romance da autora, O Beijo do Highlander, Dageus usara os poderes dos druidas para viajar no passado e salvar o seu irmão gémeo, Drustan, que teria perecido num incêndio. Mas, ao fazê-lo, libertou os espíritos de treze maléficos druidas que agora vivem dentro dele. Durante a sua investigação de textos arcanos que podem conter a chave para aprisionar novamente os espíritos, Dageus conhece a muito curiosa Chloe Zanders, uma amante de antiguidades em Manhattan. Quando ela, acidentalmente, "tropeça" na sua colecção de documentos "emprestados", Dageus vê-se obrigado a mantê-la "sob a sua vigilância". A tensão e atracção atingem o ponto máximo quando os dois viajam até à Escócia para enfrentar os demónios de Dageus. A boa disposição de Chloe é a combinação perfeita para a sensualidade de Dageus. Esta história, selvagem e criativa, leva os leitores a uma viagem excitante através do tempo.
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A história deste livro começa no século XXI, em Manhattan, quando Dageus procura uma forma de se livrar dos treze druidas que cada vez mais se apoderam de si. É nessa altura que Chloe, uma jovem deveras muito curiosa, entra na vida de Dageus. Esta descobre que Dageus é o ladrão de livros famoso por conseguir furtar livros que se encontram sob elevada vigilância e segurança bem como por serem apenas liveros cuja origem é escocesa. É durante esse momento que os dois pombinhos se conhecem, de forma engraçada :).


Bem, eu gostei muito deste livro. Não conhecia a autora nem o anterior livro mas conseguiu uma nova fã xD.
A fantasia, o romance - que não se tornou enfadonho -, a mitolgia e a acção deste livro bem como a boa escrita da autora revelam-se numa "urgência" para acabar de ler o livro.
Adorei as personagens, especialmente a Chloe com a sua bravura de menina da fazenda e a sua rebeldade e teimosia. Também gostei do Dageus que, embora parecendo uma pessoa fria no início do livro, se revelou uma personagem cheia de amor pela família ao ponto de ter quebrado o Pacto para salvar a vida do seu irmão.

Não é o melhor livro que li mas é sem dúvida um dos melhores! É muito cativante devido à mitologia aqui utilizada - Tuatha Dé Danaan - que é muito interessante, para não falar de certas cenas divertidas do livro.

Recomendo :) - Tatiana

(Postado a 15/09/09 - n'O Cantinho da Tati)

19.10.09

Apresentação...

Aqui estamos nós, umas amantes incontestantes de livros que pretendem expor as suas opiniões, as novidades mais fresquinhas e apresentar sugestões destas tão apaixonantes páginas e palavras que formulam um livro.

Para que fiquem a saber um pouco mais sobre nós aqui ficam umas pequenas apresentações:

A Taster Drica: Simplesmente sonhadora, acredita mais no que lê do que aquilo vê. Amante de fantasia e de clássicos, já gostou mais de literatura moderna.

A Taster Tanas': Um ser que aprecia livros e escrever acima de tudo, que adora livros de Drama, Terror, Policias, alguns Românticos e os típicos livros sobre vampiros, entre outros.

A Taster Tatiana: Uma alma que, além de outras coisas, ama livros, especialmente de Literatura Fantástica, terror e alguns policiais.

A Taster Mélodie: Sou um ser Hommo Sapiens Sapiens que aprendeu a ler e que pelo que consta aprecia fantasia, aventura e policiais!